Saturday, January 31, 2015

Dia 150 - 3 Janeiro - Dia de Festa

Hoje queríamos ter levantado bem mais cedo mas é tão bom dormir...
Às 9h espreitei pela janela e estava tudo nublado. O que é que apetece nestas alturas?! Voltar para a cama, pois claro. Foi o que fiz! Quando saímos do quarto eram já 11h30. Tomámos o pequeno-almoço no alpendre, com a mesa que já lá estava e as cadeiras. Levámos só a comida e desfrutámos. O sol já brilha e o céu está bem azulinho. Poucas são as nuvens que surgem lá bem longe. O mar está com a maré mais baixa que nos outros dias e, depois de rebentarem, as ondas esticam como a massa dos coscorões como se levassem com o rolo da massa em cima.




Cada vez que vamos ao banho levamos menos coisas. Hoje fui só mesmo de bikini e chave de casa. Nem toalha, nem protector. Tomamos um banho por dia. Parece pouco?! Talvez... mas é um banho de hora e meia. A sair e a entrar, a pular, a mergulhar. Hoje o mar está um pouco mais mexido. Cheguei a ficar de ouvido entupido. Cada vez que saímos da água, porque a corrente nos arrasta para o lado direito, voltamos a andar pela areia, sentimos o vento mais fresco cá fora e, quando entramos, nem refresca. Está um autêntico caldo! Faz lembrar a minha lógica da garrafa de água. Há muito que digo, em tom de brincadeira mas fundamentado, que a água do mar é como a água de uma garrafa que anda connosco o dia todo. Quando abrimos a garrafa, que estava apenas pousada num frigorífico, ela está bem fresca. A garrafa vem connosco, vamos bebendo um pouco e, vai ficando menos fria. Se a agitarmos ela fica choca! Já fica quente. Ora, se o mar está mais agitado, também fica mais quente! Faz sentido ou não faz sentido?
No banho o JG apanhou uma pedra do tamanho de uma mão grande, é rugosa, preta e, curiosamente, não faz barulho de pedra, agora que a pousei no chão. Ele encontrou também uma coisa que parece uma caneta e que vou usar mais à tarde.



Hoje faz anos o sogrinho, por isso, é mais um dia de festa. Que mais pode alegrar uma pessoa do que viver na praia em dias de calor e sol e água boa e paz e tanta coisa boa?! Almoçar umas lagostas talvez ajude...




Esta vista maravilhosa privilegiada que temos do rio enquanto almoçamos é fenomenal. Embora haja alguns defeitos – porque todos os locais têm defeitos – podemos dizer que estamos num local privilegiado. Do lado do mar está mais ventoso, ainda assim, não menos apetecível.
Estamos cheios. As lagostas eram realmente bem carnudas e saborosas. O vinho alegrou o ambiente e a vontade de ir para a praia arrastou-nos para o alpendre onde ficámos um pouco até fazer a digestão. Apesar de estar vento, está menos que nos últimos dias.

Quando demos por nós estávamos a correr para a água de novo! Ui ca bom! Ficámos lá o resto da tarde até nos cansarmos de andar à reboleta pelas ondas! E sim, é de propósito!


Ao final da tarde começaram a juntar-se um grupo de mal formados no nosso alpendre. Até estavam já sentados nas nossas cadeiras quando voltámos para casa. Tinham já o fogareiro aceso, estavam a descascar batatas e cebolas... cerveja a potes, whisky, mesmo para miúdos que nem 14 anos tinham e, até vinho de mesa, daquele de pacote, lá tinham e estavam a beber. Mas são pessoas que não interessam a ninguém... São mal educados, provocadores e sem escrúpulos. Estavam a sujar toda a praia, a deixar embalagens na areia e restos de comida. E o barulhão que fazem o tempo todo aos gritos?! Até nos chegaram a pedir o que fosse que tivéssemos no frigorífico! Olha bem a lata destes bostas?!
Claro que pegámos em nós e fomos andando para o restaurante, mesmo ainda sendo cedo. Mas foi o melhor para não nos stressarmos nem nos enervarmos com aquela gentinha. E foi a forma de apanhar estas lindas fotografias sobre o rio.



Foi a noite em que apanhámos mais mosquitada ao jantar. Andavam que nem doidos varridos a picar até por cima da roupa! Estão destemidos! Já nos besuntámos todos com repelente, mas eles investem na mesma e, só depois de picarem é que morrem. Eu também morreria... só a pôr o repelente me dá vontade de ir ao greg! Aquele cheiro horroroso entranha-se na garganta e faz-nos tossir. Imagino o “strikinight” que dá aos mosquitos! Por muito grandes que sejam. Jogámos cartas, ao STOP mas, ainda assim, andávamos todos às chapadas por causa dos “pica-pica”.

Quando voltámos para o quarto vimos e sentimos a lixeira que os bostas lá deixaram. Que nojo de gente... Que nojo de pegada que deixam... Há garrafas vazias por todo o lado, de vidro ou plástico. Há areia molhada com espuma que tresanda a bicho apodrecido... Ainda assim, o céu está limpo, vemos estrelas a brilhar bem lá longe, avistamos barcos no horizonte e a lua brilha quase cheia como se fosse um pirilampo. O reflexo da lua tilinta nas ondas pequenas que dançam naquela imensidão de frescura pacífica que é o Índico. Aproveitando a parte boa da noite, ainda desfrutámos da oferta que o sogrinho recebeu, pelos seus anos, do dono do resort.

Só tenho pena de ainda não ter uma máquina como deve ser para tirar belas fotografias destas noites maravilhosas... Mas como gostam de dizer aqui... hei de ter...

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