Saturday, January 17, 2015

Dia 134 - 18 Dezembro - Quando um desconhecido te lê a alma...

Logo a seguir ao meu almoço fui ter ao MT. Comi mais cedo que o habitual e combinei com a Cal encontrar-me com ela por lá. Claro que, acabei por lá ficar o resto do dia. E a trabalhar. Mas foi um dia muito animado.
O Meia andou a fugir, desesperadamente, de dois miúdos que gritavam, histericamente, cada vez que o viam! Até me doíam os ouvidos, imagino a ele... Bem se tentava esconder, mas os malandros corriam e não descansavam enquanto não o encontrassem de novo. Acho que nunca tinha visto um gatinho a esconder-se, por baixo de uma toalha de mesa (até ao chão), com tanto cuidado para o pano não "fazer barulho". Foi tão sorrateiro... e acho que foi o seu melhor momento de descanso deste dia... Até eles voltarem à carga...

Foi ainda ao almoço que o Mister John começou com as suas baladas. Hoje é o dia completo. Anima mais a casa e faz recordar tempos passados. Foi quando apareceu o Marley. Tenho ideia de já o ter visto por ali algumas vezes, mas não tenho certeza e nunca fomos apresentados. O Marley já não é muito novo mas tem uma aparência muito jovem. Usa cabelo bem comprido, atado, roupas confortáveis e um sorriso que ilumina todo o seu rosto. Transmite paz, alegria, leveza... enfim, só good vibes! Quando chegou cumprimentou toda a gente e olhou também para mim. Não desviou o olhar, ficou a fixar-me uns segundos e piscou-me o olho. Sorri e cumprimentei, claro. Ao longo da tarde, a conversa era sempre muito animada e, maioritariamente, relacionada com a música que íamos ouvindo. Até que, num momento propício, o Marley pediu-me para tirar os meus óculos. Percebi, naquela altura, que ele queria "conhecer-me" melhor. E deixei. Permiti que o fizesse. Em silêncio, observou bem fundo a minha alma, por alguns segundos...
- Ok. Permite-me que te diga algo?
- Sim, claro - Agarrou-me pelos ombros e vocalizou com toda a emoção possível:
- VIVE! Tens uns olhos lindíssimos, um sorriso maravilhoso e puro, és uma pessoa LINDA! Mas... estás triste... VIVE!
Tentei manter o sorriso mas, por dentro, as lágrimas correm como cascata. Sinto os músculos do rosto a cederem. Sinto uma energia tão forte... tão imensa que me inunda a alma. Sinto como se o conhecesse há anos. Sinto que ele tinha de me dizer isto, agora. Sinto... Sei que muitos de vós não vão perceber o que se passou aqui. Mas este momento, foi meu. E eu poderia guardá-lo só para mim. Mas pode fazer com que vocês despertem também a vossa energia...


O pessoal que lá trabalha é impecável comigo. São muito queridos e simpáticos. São mesmo um must! O Capri, quando foi embora, virou-se para mim «amanhã à mesma hora?!». Claro que me ri com ele. Está sempre a insistir para eu ir trabalhar no turno dele. Com alguns não tenho grande confiança porque não estão tanto tempo comigo ou porque as personalidades são mais tímidas que outros. Mas depois há "o pessoal do costume"! E são um pagode!

Já perto da hora de jantar, andava por ali um menino que deve ter uns dois anos. Andava de um lado para o outro e só não se metia com quem não quisesse. Estava, inclusive, uma caixa, com coisas lá dentro, que ele queria à força toda atirar ao chão para cuscar o que lá estava dentro. Uma senhora que andava atrás dele veio pedir-me para ralhar com ele e dizer que ele não podia mexer ali.
- Olha a minha caixa! Estavas a tomar conta, era? Obrigada.
- Não... - coitado, não estava a perceber de onde apareceu a usurpadora da caixa! - Quero!
- Ah, não queres não - disse a sorrir - Esta caixa não é tua, não podes mexer nela - Fui embora para não ver a carinha triste e desapontada de uma criança que só quer brincar. Ele não quis saber mais da caixa, arranjou logo outra coisa qualquer para fazer. E a minha paz de alma restabeleceu quando lhe fiz um Tsuru de uma folha A4. Aí sim, sorri e pisquei-lhe o olho. Ele até agradeceu e mandou beijinhos. É a bandeirinha branca das crianças...

Antes de irmos para casa ainda fomos dar comidinha ao Mustafá. O Mustafá é um cachorrinho que ficámos de tomar conta até ao final do ano. Brinco com ele enquanto lá estamos já que ele passa muito tempo sozinho. É muito querido e, por ser ainda pequeno (só de idade), é um brincalhão nato! Sim, só de idade, porque de tamanho, tenho a certeza que, em pé, me consegue lamber a testa! BLARG! Quando voltamos estou sempre a precisar de um BANHO!

Uma leitora, assídua, mandou-me esta imagem, esclarecedora, sobre a Rama. Lembram-se de eu não saber porque chamavam Rama à margarina, quando a descrição era mesmo "margarina"? Pois... está explicado! É como chamamos as Gillettes... Não é pelo nome, é pela marca.

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