Estamos em Dezembro e o pessoal fica doido por aqui. A maior parte dos portugueses vão a casa. Muitos levantam quantias elevadas de dinheiro nos bancos para a viagem. E há olhos gulosos por todo o lado...
Eu ia ter com a Cal ao escritório depois de almoço. Levei uma mochila com papéis para poder anotar. Não levei mala para caber tudo e não fica amachucado. Não levava nada de valor nem nada de mais lá dentro. Todos os meses temos de pagar um valor relativo às empresas que estão abertas. E, por isso, fui ao banco tratar disso pelos cá de casa. Mas, quando entrei, estavam com o sistema em baixo. Significa que teria de me dirigir a outro banco. Então saí. Havia muita gente cá fora. Foi aqui que me agarraram o braço.
- Estou a pidir 10 meticais.
- Não tenho, desculpa - Mas continuou a agarrar-me e apertou com mais força.
- Estou a pidir 10 meticais - Olhou-me com um ar ameaçador.
- Larga-me! - Foi aqui que um senhor mais velho me ajudou.
- Hey! Larga a senhora! - Tirou a mão dele do meu braço.
Foi tudo tão rápido que nem me apercebi da situação. Havia polícia ali inclusive. Não fizeram absolutamente nada. Foi a caminho do MT que comecei a ficar nervosa. Liguei ao JG que ficou super enervado também e veio logo ter comigo. Foi um susto que não quero recordar tão cedo. A injustiça e a insegurança com que vivemos sem, muitas das vezes, nos apercebermos, leva-nos a pensar nas prioridades da nossa vida. E, afinal, porque estamos aqui? Se este país não nos quer cá, porque é que cá estamos?!
No escritório houve momentos de relaxamento, descontracção e cumplicidade. Estive mais ligada à natureza e à vida. Observei os movimentos das folhas, com o vento. Os passos rápidos das sardaniscas em momentos de "walking arround the park". Olhem aqui esta, de cabeça para baixo, no lado direito da árvore.
Estou sentada, à sombra, segura e em paz...
Apanhei esta muito bem.
Lá está, na parede.
Para ajudar a acabar o dia em beleza, o JG veio ter comigo ao escritório e fomos, os três, jantar ao Thailandês. Nunca tinha ido e come-se muito bem. O espaço é mesmo muito giro. As mesas são no jardim, com chapéus de sol a proteger, inclusive da possibilidade de chover. Foi uma noite muito simpática e agradável!
Assim como fomos de táxi, também voltámos de táxi. Mas a volta teve a sua piada. Ainda estávamos no restaurante quando a Cal ligou ao taxista. Ele ligou de volta a dizer que estava ali à porta. Quando lá chegámos não havia táxi! Mas que raio...?! Ligámos de novo... sabem o que acontecei?! Ele esteve ali mas... apanhou os clientes errados!
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