Saturday, November 15, 2014

Dia 88 - 2 Novembro - Tartaruga

Esta manhã levei o tempo todo a acordar e a dormitar... resumo: não se descansa como deve ser e depois acordo mais tarde ou passo o dia cheia de sono. A minha opção é mesmo acordar mais tarde para aproveitar a tarde! Se estiver cheia de sono não aproveito nada!

Depois de almoço aproveitámos ter o carro à porta para ir dar uma voltinha à Costa do Sol. No Marés entrámos no supermercado para procurar algo e reparei logo que tudo estava enfeitado com coisas de natal! Mas que surpresa! Havia árvores de natal decoradas nas mais diversas cores, fitas, laços, luzes... Ainda assim, não me sabe a natal! Parece um Carnaval fora de época! Onde já se viu um Pai Natal vir do Pólo Norte para este calor?!
Fomos ao café e pedimos «Dois cafés e duas natas, sff». "Natas" são pastéis de nata! Aqui existem e são muito bons! Nem sou muito adepta da canela mas aqui, não sei porquê, sabe-me bem!
Quando se estaciona no parque de estacionamento do centro comercial existem seguranças que não permitem a nossa saída a pé para fora do espaço comercial. O que faz sentido. É para evitar que as pessoas vão para a praia enquanto deixam o carro estacionado no parque do centro comercial. Mas chateia ter de sair de carro para estacionar, sabe-se lá onde, enquanto poderíamos atravessar só a estrada! Como podem ver abaixo, a primeira é do centro comercial com os apartamentos por cima, a segunda é a paisagem para a Costa do Sol de um dos apartamentos.



É já ali! Ainda por cima agora a estrada está em obras e os carros só passam num dos lados. O outro lado tem servido de estacionamento mas é só quando se consegue passar já que as vias estão divididas por separadores bem altos. Nem os jipes mais altos conseguem passar por cima daquilo! Além de altos, os separadores têm um espaço no meio, de um metro, para ficar com passeio ou plantas. Esse espaço é mais fundo que a estrada. Então seguimos numa de «esquece lá isso»! Mas... a vontade era mais forte e disse ao JG para estacionar numa das entradas para muitas das casas que ali existem. E assim foi! Atravessámos a estrada e pisámos areia virgem! Branquinha branquinha...


A extensão de areia ainda é grande e o mar é calmo, com ondinhas que fazem as delícias dos mais pequenos e o descanso dos graúdos. Não entrámos na água... não por não apetecer... a água devia estar a uns 25º! O que poderia arrefecer era só mesmo o sair do caldo e apanhar o vento que arrasta as velas de kitesurf lá ao fundo! Só que ir ao banho é igual a "panar"! Porque temos água pelos tornozelos nos primeiros 10m, depois passamos a ter água pelos joelhos nos 20m seguintes. Só quando deixamos de ver terra é que devemos conseguir mergulhar sem correr o risco de marrar com o fundo! A vontade de ir à água até é grande ainda para mais a água é bem melhor e mais limpa que no Catembe. Isto sim, já chamo de praia!

Fomos andando à beira mar até chegarmos perto do molhe. Foi quando vimos três miúdos. Nesta altura estávamos a comentar que um deles estava cá com um "SWAG"... Para quem não sabe, agora está na moda chamar-se "SWAG" ao ter "style". "SWAG", na verdade, significa "Secretly We Are Gay", mas a juventude usa-o, incorrectamente, como sendo "Stuff We All Get". Pelos mais novos é descrito como sendo o novo "cool", é qualquer coisa que valha a pena fazer, comer ou comprar. "Swag" é um substantivo, um adjectivo, um verbo e uma expressão para todos os fins de concordância ou tempo verbal. Há quem o descreva como "carisma", "sexy", a maneira como se veste, se fala ou se apresenta em público. Bem, isto para vos explicar o "SWAG" daquele rapaz... estava com boxers compridos e largos vestidos como deve ser (ainda bem) e os calções, que alguns usam ligeiramente abaixo da linha do... rabo?! Soa mal, mas traseiro ainda me soa pior... O que for! Este usava pelo joelho! Não estou a exagerar! Entre os boxers e os calções via-se perna! E já eram dos compridos! É de revirar os olhos...

Afinal acabámos por reparar para além do "SWAG" deste cromo... com eles estava uma tartaruga toda encolhida! Tão linda! O seu tamanho devia ser como um paposseco de largura e comprimento, mas a altura era uma tigela de sobremesa virada ao contrário! Parecida com esta


Tive pena de não ter tirado logo uma fotografia. Aproximei-me para fazer festinhas na casca, como faço ao meu Tarik, e ela começou a "dança" e a andar na minha direcção. Veio aninhar-se aos meus pés! Que coisinha tão fofa! Apetecia-me levá-la! Acho que os miúdos ficaram parvos de ver logo uma reacção! Depois despedi-me deles.
- Adeus!
- Adeus mãe!

Passámos o molhe pelas pedras, já que não há mesmo outra forma a não ser voltar à estrada. Do outro lado havia muito mais gente e muita festa à mistura. Perto das dunas estão as árvores, provavelmente centenárias, que dão sombra às bancas de venda e às mesas e banquinhos onde o pessoal relaxa a ver os outros divertirem-se. Nós seguimos sempre pela beira mar com cuidado porque há vidros e latas por todo o lado. Vemos bebés de fralda que nem andar sabem sozinhos à beira mar, a apanhar com as ondinhas bem mais baixas que os seus bracinhos esticados quando gatinham. Os pais estão descansados porque não são puxados pela maré, nem se afogam onde não há água. Os que andam usam sandálias o que é, realmente, uma excelente opção. Foram muito poucas as alforrecas que vimos, mas ainda estavam algumas enterradas na areia, bem mais pequenas que as do Catembe.

Mais à frente estavam a fazer kitesurf. Para quem não sabe já deve ter visto estas coisas a pairar à beira mar...



Falámos com o responsável para saber preços e horários. Ele já não tinha cartões e acabámos por tirar uma fotografia à t-shirt dele, que tinha o website. hehehe Ainda ficámos um bocado a observar as manobras e a ver como a coisa funciona. Não que nunca tivéssemos visto. Há muito pelo Algarve fora. Mas aqui faz, mesmo, muito vento, o que faz o tempo ideal para praticar esta modalidade!
Um pouco mais à frente começa a confusão de gente. Pessoal a fazer Capoeira, a jogar à bola, a dançar, a fazerem castelos de areia, a serem enterrados, a tirarem fotografias... não falta música ou animação. Ainda passámos por uma zona restrita, rodeada de publicidade. Devia ser um torneio de futebol ou assim. Foi no final desse torneio que voltámos para trás.

Já em casa, a preparação do jantar foi animada e foi adicionada a confecção de uma das melhores doçuras que me fez logo falar na minha avó: pudim de pão! Ai que saudades! Foi a sogrinha que se lembrou e juntou tudo, eu só amassei tudo no final antes de ir para a forma e forno. Enquanto isso, fomos jantar:



Guacamole sem ser passado, com camarão cozido e pãozinho torrado (ou não). Vai uma fatia?
Eu não bebo, mas para quem gosta... aqui são 500ml!


Não apetecem comidas muito quentes, o calor começa a apertar já à hora de dormir... O ar condicionado começa a ser um dos nossos melhores amigos...

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