Tuesday, November 25, 2014

Dia 94 - 8 Novembro - Macaneta I

Parámos na cancela, cumprimentámos os guardas e referimos que tínhamos reserva para o fim-de-semana. Aqui já se avistam as cubatas... e um macaco cinzento lá ao fundo a olhar para nós!!! Foi de relance porque ele fugiu logo.
Depois de estacionarmos fui logo tirar uma fotografia para a minha mamã! Estavam mesmo ali prontas para serem fotografadas e fizeram logo lembrar-me de ti... e das saudades que tenho... São para ti, mamã!


Vou acabar com o suspense e mostrar as cubatas... Cada uma de sua cor. São tão maneirinhas, redondas, minimalistas, acolhedoras... são tão cutxi-cutxis! Parecem casinhas de bonecas!


Depois de irmos cumprimentar o gerente e tratar da parte financeira da coisa, depois de deixar as malas na cubata e cuscar o ninho por dentro, fomos ver o mar. Achei que levaríamos algum tempo a lá chegar mas... posso dizer que da nossa cubata ao mar foram apenas dois minutos. E não estou a exagerar nem fomos a correr! O caminho de areia até à praia é feito em quadrados de cimento de 30x30 e vamos saltitando como que "de nenúfar em nenúfar". É quase um 1, 2, 3 et voilá!




Foi só mesmo para cumprimentar o mar. A água deve estar a uns 25º, mas está agitado e maré cheia. Ainda assim, daqui deu para ver algumas alforrecas a encaracolar nas ondas. Como é final da tarde está vento, o que torna a estadia na praia um pouco desconfortável. Mas deu para matar a saudade e respirar fundo! Quem está habituado a ter mar sempre que quer, como nós, aqui é o nosso retiro espiritual. Mesmo que não seja o mesmo mar, o mesmo oceano... estamos perante o Índico.
O mar aqui já é mar como deve ser. Já não é rio nem baía, como no Catembe, onde a água é castanha, suja, poluída e peganhenta. A água aqui é azul-verde de mar, é apetecível aos olhos, respirável à alma, saborosa ao toque e melodicamente pacífica... apesar de ser o Índico! (Trocadilho que só alguns podem perceber.)

Voltámos meia hora depois para ver o lado do rio, ainda de dia, que está em frente à nossa cubata. É o rio Incomati. Dizem que este rio e o que passa em Tete, o rio Zambeze, são os que são mais "patrocinados" pela Lacoste, como diz o JG... são os que têm mais crocodilos. Descansem... não vi nenhum. Não que não procurasse, mas não vi, nem lá longe.
Adorei esta árvore! Cresce por camadas. Há várias por aqui mas não sei como se chama.


E esta?! Grande, robusta, bonita, saudável... A natureza em África, flora e fauna, são de uma beleza difícil de caracterizar ou comparar...


Aqui vimos, novamente, o macaquinho cinzento! Estava no topo da cubata a olhar para nós. Mas não deu tempo para tirar uma fotografia. Conseguimos ver que tem "los cojones" azuis e "el culo" vermelho! Dito em espanhol não soa tão mal...


Era parecido com este. Muito parecido até... se não era este era um primo!


O espaço em si não é de perder de vista, mas a natureza que temos para desfrutar é! E é isso que vale a pena! Isto é que é mesmo para descansar.



Vista da cubata sobre o rio Incomati no pôr-do-sol.


Pouco tempo faltava para escurecer e estávamos cansados da viagem. Fomos descansar, cada casal para a sua cubata e despachar para irmos jantar. O entusiasmo de estar num local novo lutava com o cansaço e a vontade de dormir. É uma luta interna difícil de controlar. Não dá para descansar e pouco se aproveita para explorar à noite.

Peço, desde já , desculpas pela péssima qualidade da máquina fotográfica do telemóvel. Tenho aqui um Combo de camarões e lulas grelhados. Vem acompanhado de batatas fritas e salada de repolho cortado em ripas, cenoura ralada, temperado com azeite, vinagre e mayonese, mas muito pouco de cada coisa. E eu não gosto de temperos.


À parte, pedimos xima! Ainda não tinha provado e estava desejando. É este o aspecto. Fica branco mas é farinha de milho. É compacto. O aspecto assim parece de puré, mas a textura em nada tem a ver. Ao cortar uma parte faz lembrar quando se retira gelatina bem fria. É possível cortar-se em fatias. Só que é mais pesado que a gelatina. Em termos de sabor não foge muito ao xarém de farinha de milho fina, não o te farinha mais grossa. E em frio, que fica mais compacto. Enche que se farta. Só que a xima é só a farinha de milho mesmo. Não tem molho, não tem muito sal, não tem grande sabor. Serve somente de acompanhamento a comidas carregadas de molho. Uma comida pouco explorada, diria. Acho que pode ser feita de outras formas, basta um pouco de criatividade...


Aqui vê-se um pouco melhor o Combo.


O problema foi a música só ter começado a meio do jantar, haver pouca gente e não haver uma dinâmica mais atractiva. Estávamos só nós e outra mesa com 6 pessoas. A música vinha de colunas gigantes que estavam dentro do restaurante mas encostadas às janelas, com os vidros em venesianas:


Depois do jantar não havia muito a fazer ali fora a não ser servir de refeição aos mosquitos. E, por isso, fomos para uma das nossas cubatas jogar às cartas! Ai que saudades! Ok, perdemos 1-6 esta noite, mas amanhã quero a desforra! E vamos ganhar!

Quando voltámos para a nossa cubata vimos uma osga, ou melhor, uma lagartixa, trepar a parede da wc para o quarto e desaparecer pelo tecto! Na janela da cozinha o JG encontrou uma aranha que, gentilmente, atirou para fora do nosso ninho. Provavelmente ali é a casa dela e nós é que estamos a invadir... Do lado de fora da janela do quarto estava uma sardanisca. As sardaniscas são as lagartixas mais pequenas. São fofas. Se não se mexessem tão depressa não me fariam arrepios.

Por cima da cama está um mosquiteiro azul com um nó que vamos desatar antes de irmos para a cama. O quarto está decorado com "zebras"! Os cortinados e as fronhas das almofadas. A cama é grande. São dois colchões de solteiro encostados um ao outro. Mas a cama não se separa, estão presos. Pelo que não se corre o risco de ser engolido. E posso dizer que são bem altos e super... hiper... mega confortáveis!


Esta é a vista da cama para o tecto da cubata. Podem reparar que não existem separações de divisões lá em cima. O muro vai só até certa altura. Existe a porta da wc, do quarto e da rua. Mas não existe tecto de mais nada a não ser da cubata!


O mosquiteiro e o cortinado do quarto.



Aqui vê-se bem até onde vai o muro. Estamos dentro do quarto. Do lado direito é a wc e do lado esquerdo é a cozinha americana (cozinha e sala).


Agora vamos dormir. O silêncio cintilante da vasta fauna murmura lá fora...«Sleep tight...»

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