Tuesday, December 23, 2014

Dia 116 - 30 Novembro - O pior acordar da minha vida

Acordámos tarde com o som aflitivo de um leitãozinho a pedir socorro... Estavam a matá-lo... demorou tanto tempo porque não sabiam fazer aquilo de uma só vez e o guinchar era pavoroso! Foi um sofrimento horrível que o bichinho teve de passar. E nós não podíamos fazer nada... Foi mesmo muito mau. Acordámos mal dispostos E levámos o dia a pensar naquilo. Tivemos de tapar os ouvidos e sair do quarto... Mais tarde fomos ver e estava lá o corpinho dele... deitado numa tábua suja de carvão e sangue... Não gosto de leitão, agora então é que não consigo mesmo comer. Nem porco vou comer tão cedo. Tudo isto me fez pensar mais a sério em tornar-me vegetariana. Mas mesmo que não seja tão radical, que consuma menos carne. E se têm de morrer bichos, que os façam de uma forma digna! É o mínimo que se pode fazer.

Foi ainda antes de almoço que fomos passear pela praia. Demos a volta pela beira mar e voltámos pelo passeio, já que o dia está mesmo cinzento e é triste...
Vimos esta palmeira falsa, como temos também por aí, antenas disfarçadas de palmeiras.


E vi mais um jardim maravilhoso! Fiz dele um bouquet nesta fotografia para mandar à minha mamã e à minha avó!




Quando voltámos foi tempo de montar a árvore de natal. Só que ficou somente montada, os enfeites ficam para depois porque não há luzes que funcionem...

Agora chove. É domingo! Dia de nada fazer! Dia de descongestionamento psicológico! A segunda metade do dia foi em frente ao computador a ouvir a televisão a dar séries de comédia.

Estive a ver as possibilidades de irmos para o Canadá. Nunca se sabe o dia de amanhã e as condições de segurança, modo de vida e de saúde, seriam bem melhores. Fala-se muito nisso nas redes sociais pela valorização que o país oferece aos portugueses neste momento. Seria muito bom aproveitar essa oportunidade, sem dúvida. Até porque, passado algum tempo por aqui, começamos a ter novas percepções das coisas. É certo que nem tudo é perfeito e aqui existem coisas boas e más como em qualquer parte do mundo. Mas cada ser dá prioridade ao que melhor lhe convêm, ao que defende e acredita ser o melhor para si, para os seus e para o futuro.
Por cá, as decepções têm vindo a acumular-se. Já sabíamos que a adaptação não é fácil e existem muitas lacunas. Mas isso para mim foi, relativamente, fácil. O difícil é ver a auto-destruição de um povo, de um país, pelas suas próprias mãos, mesmo quando confrontados com as consequências. No início achamos que as pessoas não sabem o quanto isto as pode destruir e damo-nos ao trabalho de explicar, de tentar, de nos esforçar por ajudar e fazer ver que por muito menos, conseguem muito mais! Mas depois existem algumas pessoas que nos dificultam o caminho. Existem os que não querem saber. Existem os que nos insultam por sermos de Portugal, porque existe ainda muita mágoa pelos portugueses. Existem os que nos ignoram ou os que nos tentam humilhar. Uma pequena minoria dá valor, agradece e segue o exemplo. Estes poucos são os que podem fazer a diferença e fazer, deste nosso papel, o deles. E por estes vale a pena. Mas é tão frustrante...

À noite vimos o filme 13th floor. Tem a sua piada mas não me marcou.

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