Sunday, June 14, 2015

Dias 211 & 212 - 5 & 6 Março - Recuperação

Neste primeiro dia, ainda estou a recuperar, por isso, passei o dia em casa. Mas como me sinto melhor, e tenho noção que cheiro mal por transpirar tanto (só por causa da febre, tá?!), fui tomar banho!!! E como faz diferença... sinto-me logo muito melhor, até mais animada! Fresca e fofa!

No dia seguinte fomos jantar fora, desta vez ao Piri Piri. E aqui assistimos a uma cena muito, mas mesmo muito, feia! Deprimente, degradante, conspurcada de deselegância...
Em frente a este restaurante costumam estar miúdos, pobres, uns mais novos que outros, a vender as coisas mais variadas, a dançar ou a fazer malabarismos de forma a ganhar algum para poderem comer e sobreviver na rua, ou até, levar algum dinheiro para casa... para os que a têm...
Entre muitos clientes, chegou um homem com os seus 40 e tais, alto, corpulento, branco (não querendo ser racista, nem o sendo, tenho de explicar ao pormenor pois nem sei que língua falava), pediu um take-away e sentou-se numa das mesas da esplanada, enquanto aguardava. Foi quando um dos miúdos, que devia ter uns 18 anos se dirigiu a ele por gestos, um pouco afastado desse homem. O gesto que fez foi levar uma mão à boca e com a outra afagou a barriga... "tenho fome"... Sem nunca haver som entre ambos na comunicação, o homem deu uma indicação para o miúdo dar uma pirueta para um lado. Ele assim o fez na esperança de, a seguir, ganhar algo com isso... O que, já por si, é muito mau de se ver... Olhou para o homem e de novo, que fez nova indicação para fazer a pirueta para o lado oposto, ele assim o fez. Bem... posso dizer-vos que isto se estendeu durante todo o tempo até chegar o take-away desta besta (porque não se lhe pode dar outro nome!). O miúdo já tinha feito pinos, piruetas, saltos e saltinhos, já se tinha magoado numa das quedas em cima do degrau do passeio... e, assim que chegou o take-away, a besta pagou e foi embora! O miúdo estava vidrado nele e não olhava para mais ninguém. Foi a correr atrás da besta que o ignorou completamente! Não lhe deu um único cêntimo, humilhou-o, rebaixou-o... não tem explicação! Quando demos por nós, o miúdo já ali não estava, tinha desaparecido! Ainda ficámos algum tempo, mas ele não voltou a aparecer. Deve ter ido embora com o coração em mil bocadinhos... Foi uma cena tão deprimente e frustrante porque o queríamos ter ajudado e não pudemos. Só espero que seja feita justiça e que a vida se encarregue de ser um pouco mais fácil para aquele miúdo...

Na volta para casa, enquanto os homens estacionavam, aqui as gajas foram às compras hehe A vantagem de venderem frutas e vegetais na rua é que ali ficam até às "quinhentas"! Então aproveitámos para comprar umas maçarocas de milho. Não são milho doce, é mais rijo, vêm vestidas com a folha verde e um cabelo nojentinho mas que faz parte do seu crescimento. Estou sempre aberta a descobrir novos sabores, gostos... coisas no geral!

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