Dia de fim-de-semana só começa com uma dose de café!
Para variar está um dia de sol de fazer inveja onde, nesta altura do ano, faz um briol descomunal. Quando chegámos ao MT reparámos numa cara conhecida... estava lá o escritor Mia Couto! Achei piada pois penso muitas vezes nele. Pelos livros que escreve, por ser conhecido pelos temas do que escreve, porque temos livros dele em casa, porque já li alguns dele e porque não contava vê-lo... Claro que não fui feita doida varrida e enlouquecida falar com ele. Mas devo tê-lo fixado sem me dar conta porque ele me cumprimentou quando se foi embora. Cumprimentei de volta, com certeza. Mas senti-me corar como se tivesse sido apanhada a fazer algo mesmo muito embaraçoso! Senti o meu rosto ainda mais quente com o corar do que com o sol...
Também por lá andava um cachorrinho de dois meses. Parecia ser um Labrador, de cor bege. Brincava com tudo e todos. Adorava festinhas e passear-se pelo jardim. Os degraus, mesmo que fosse só um, eram a sua maior dificuldade. Para subir ainda se aventurava de alguma forma, mas para descer tinha muito medo. Andei de olho nele o tempo todo mas ele só queria brincar pelo jardim e eu não queria ir para o sol.
Ficámos por lá mais tempo porque havia uma pequena trituradora da cozinha que não funcionava. O JG agarrou-se à máquina e, como qualquer homem da minha vida, só descansou quando a deixou a funcionar. Desde tenra idade que estou habituada a assistir a estas situações, tanto o meu avô como o meu pai eram iguais. Eu ganhei o bichinho da curiosidade em saber como as coisas funcionam porque estava sempre como assistente das ferramentas. Aprendi que há sempre uma solução para tudo na vida. Só temos de saber como as coisas funcionam e aprender a lidar com elas. E esta máxima a tudo se aplica... Seja às máquinas, às situações complicadas da vida, às pessoas...
Quando saímos dali foi para pagar mais uma mensalidade da internet. Mas a senha que tirámos tinha cerca de 40 pessoas à frente e, por isso, optámos por ir às compras e voltar a seguir. Deu para experimentar umas roupas, brincar com chapéus e, enquanto o JG estava na fila para pagar eu fiquei perto da saída a observar de fora. Estava uma senhora a querer trocar roupa mas não se colocava na fila e queria passar à frente de todos. Ninguém a deixava passar e ela não saía dali. Mesmo depois da senhora da caixa lhe dizer para ir para o fim da fila. Esta falta de respeito e de civismo acarreta muito mais que uma simples acção. Não é um caso isolado. Para não falar que tinha uma criança a dormir ao colo, embrulhada em capulana, e ela estava com o mamilo de fora, tipo "self-service". Choca-me aqui pela ironia da coisa... São tão rigorosos em certos sítios onde não as mulheres não podem andar de ombros à mostra, onde as mini saias são mal vistas, na praia o uso de bikinis é quase visto como uma coisa perversa, mas uma mulher andar com a mama de fora é perfeitamente natural...
Claro que, já a nossa senha tinha passado e tirámos outra mas, desta vez, só tínhamos 6 números à nossa frente. Aqui comentei com o JG a confusão que me faz algumas pessoas não levantarem os pés para andar. Arrastam os chinelos como se afagassem o chão. Com a mesma velocidade de uma festinha carinhosa... Dá-me vontade de lhes pegar nas pernas para levantar!
Já a caminho de casa, quase a atravessar a estrada o JG chamou a minha atenção para um ratito morto, mesmo à minha frente. Ora... entre o ficar bloqueada nos movimentos por não saber onde pôr o meu pé que ficou a meio do passo, no ar, e não querer olhar mas tê-lo à minha frente, pode dizer-se que não foi o melhor momento do meu dia. Segundo o JG passou uma miúda que se fartou de gozar comigo. Confesso que não a vi mas imagino que, quem quer que passasse, gozasse com aquela figurinha. Com um pé colado ao chão, outro no ar à procura de destino, com as mãos agarradas ao JG como que a minha salvação (atenção que foi ele quem me disse para olhar), uma pele de galinha com cada poro ou pêlo eriçado, uns olhos esbugalhados num rosto contorcido de uma mistura entre horror, pânico e nojo, tudo isto ao som de um maravilhoso guinchar histérico como quem não quer estar ali... Até eu gozava!
Fui, mais uma vez, a conduzir para irmos às compras. Não me importo e tenho muitas saudades de conduzir, confesso. Mas tenho muitas saudades de conduzir num país onde as regras de trânsito são cumpridas. Aqui, enerva-me.
Lá dentro, seguimos uma lista infindável de coisas a comprar. Em dado momento, estávamos ambos a ler a lista quando a luz falha e tudo fica às escuras. Sim, isso para mim é mesmo "o horror... a tragédia..." Agarrei-me com unhas e dentes ao JG. Fico de tal forma nervosa que o meu coração parece entrar numa maratona sem mim! Sinto formigueiro nas pontas dos dedos, calafrios e não consigo fechar os olhos. Também digo muitos disparates por causa do nervosismo. A minha sorte é que a coisa não demorou, mas podia voltar a acontecer e não me quis separar mais do JG. Andei colada a ele que nem lapa.
Quando saímos o carrinho ia bem cheio. Não temos tudo, para não variar, mas temos o essencial. E não foi assim tanta confusão como poderia ser. Já tinha saudades de vir às compras.
Para variar está um dia de sol de fazer inveja onde, nesta altura do ano, faz um briol descomunal. Quando chegámos ao MT reparámos numa cara conhecida... estava lá o escritor Mia Couto! Achei piada pois penso muitas vezes nele. Pelos livros que escreve, por ser conhecido pelos temas do que escreve, porque temos livros dele em casa, porque já li alguns dele e porque não contava vê-lo... Claro que não fui feita doida varrida e enlouquecida falar com ele. Mas devo tê-lo fixado sem me dar conta porque ele me cumprimentou quando se foi embora. Cumprimentei de volta, com certeza. Mas senti-me corar como se tivesse sido apanhada a fazer algo mesmo muito embaraçoso! Senti o meu rosto ainda mais quente com o corar do que com o sol...
Também por lá andava um cachorrinho de dois meses. Parecia ser um Labrador, de cor bege. Brincava com tudo e todos. Adorava festinhas e passear-se pelo jardim. Os degraus, mesmo que fosse só um, eram a sua maior dificuldade. Para subir ainda se aventurava de alguma forma, mas para descer tinha muito medo. Andei de olho nele o tempo todo mas ele só queria brincar pelo jardim e eu não queria ir para o sol.
Ficámos por lá mais tempo porque havia uma pequena trituradora da cozinha que não funcionava. O JG agarrou-se à máquina e, como qualquer homem da minha vida, só descansou quando a deixou a funcionar. Desde tenra idade que estou habituada a assistir a estas situações, tanto o meu avô como o meu pai eram iguais. Eu ganhei o bichinho da curiosidade em saber como as coisas funcionam porque estava sempre como assistente das ferramentas. Aprendi que há sempre uma solução para tudo na vida. Só temos de saber como as coisas funcionam e aprender a lidar com elas. E esta máxima a tudo se aplica... Seja às máquinas, às situações complicadas da vida, às pessoas...
Quando saímos dali foi para pagar mais uma mensalidade da internet. Mas a senha que tirámos tinha cerca de 40 pessoas à frente e, por isso, optámos por ir às compras e voltar a seguir. Deu para experimentar umas roupas, brincar com chapéus e, enquanto o JG estava na fila para pagar eu fiquei perto da saída a observar de fora. Estava uma senhora a querer trocar roupa mas não se colocava na fila e queria passar à frente de todos. Ninguém a deixava passar e ela não saía dali. Mesmo depois da senhora da caixa lhe dizer para ir para o fim da fila. Esta falta de respeito e de civismo acarreta muito mais que uma simples acção. Não é um caso isolado. Para não falar que tinha uma criança a dormir ao colo, embrulhada em capulana, e ela estava com o mamilo de fora, tipo "self-service". Choca-me aqui pela ironia da coisa... São tão rigorosos em certos sítios onde não as mulheres não podem andar de ombros à mostra, onde as mini saias são mal vistas, na praia o uso de bikinis é quase visto como uma coisa perversa, mas uma mulher andar com a mama de fora é perfeitamente natural...
Claro que, já a nossa senha tinha passado e tirámos outra mas, desta vez, só tínhamos 6 números à nossa frente. Aqui comentei com o JG a confusão que me faz algumas pessoas não levantarem os pés para andar. Arrastam os chinelos como se afagassem o chão. Com a mesma velocidade de uma festinha carinhosa... Dá-me vontade de lhes pegar nas pernas para levantar!
Já a caminho de casa, quase a atravessar a estrada o JG chamou a minha atenção para um ratito morto, mesmo à minha frente. Ora... entre o ficar bloqueada nos movimentos por não saber onde pôr o meu pé que ficou a meio do passo, no ar, e não querer olhar mas tê-lo à minha frente, pode dizer-se que não foi o melhor momento do meu dia. Segundo o JG passou uma miúda que se fartou de gozar comigo. Confesso que não a vi mas imagino que, quem quer que passasse, gozasse com aquela figurinha. Com um pé colado ao chão, outro no ar à procura de destino, com as mãos agarradas ao JG como que a minha salvação (atenção que foi ele quem me disse para olhar), uma pele de galinha com cada poro ou pêlo eriçado, uns olhos esbugalhados num rosto contorcido de uma mistura entre horror, pânico e nojo, tudo isto ao som de um maravilhoso guinchar histérico como quem não quer estar ali... Até eu gozava!
Fui, mais uma vez, a conduzir para irmos às compras. Não me importo e tenho muitas saudades de conduzir, confesso. Mas tenho muitas saudades de conduzir num país onde as regras de trânsito são cumpridas. Aqui, enerva-me.
Lá dentro, seguimos uma lista infindável de coisas a comprar. Em dado momento, estávamos ambos a ler a lista quando a luz falha e tudo fica às escuras. Sim, isso para mim é mesmo "o horror... a tragédia..." Agarrei-me com unhas e dentes ao JG. Fico de tal forma nervosa que o meu coração parece entrar numa maratona sem mim! Sinto formigueiro nas pontas dos dedos, calafrios e não consigo fechar os olhos. Também digo muitos disparates por causa do nervosismo. A minha sorte é que a coisa não demorou, mas podia voltar a acontecer e não me quis separar mais do JG. Andei colada a ele que nem lapa.
Quando saímos o carrinho ia bem cheio. Não temos tudo, para não variar, mas temos o essencial. E não foi assim tanta confusão como poderia ser. Já tinha saudades de vir às compras.
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