Hoje é sábado mas mãe e filho foram trabalhar. Deixei-me ficar na cama mais um pouco... isto cansa! Quando acordei já era bem tarde: 10h! O tempo está nublado, estranhei não haver sol. Saltei da cama, peguei nas coisas e fui po banho. Da porta do quarto à wc é só mesmo um passo mas a Sal estava mesmo de frente a passar a roupa na sala.
- Bom dia Sal!
- Bom diia – sempre um pouco mais lento.
Fui despachar-me porque estava já estipulado que eu iria às compras de batata, tomate e pepino para a salada. Já tinha as dicas:
- dizes o que queres e quanto queres e perguntas sempre o preço antes de pesar
- não levas muito dinheiro, porque se vêm que tens mais aumentam no preço
- vais sozinha porque se levas a Sal vêm que tens empregada e sobem no preço... podes ter empregada também podes pagar mais. Além de que assim também te habituas.
- batata e tomate deve rondar entre os 40/50 mzn/ kg, cada coisa, o pepino deve ser 30 mzn
- Compras só das bancas que não estão no chão
Tomei o mata-bixo calmamente... e bora! Desci as escadas, abri a porta do prédio...
- Bom diia! Tudo bem?
- Bom dia Al (o rastafari), tudo bom?
Virei à direita e, pouco depois da padaria, só tinha de atravessar a estrada, estava lá uma banca.
- Bom dia! Quero 1kg de tomate, 1kg de batata e 1kg de pepinos, por favor. Quanto é cada?
- Bom diia! - colocou-me a malga à frente para eu me servir e dali ir para a balança. - Tomate são 35mzn, batata são 20mzn e pepino é 20mzn.
Foi fazendo as pesagens e apareceu outra cliente, também moçambicana, com grandes sorrisos. Isso é o que mais admiro cá... a maior parte das pessoas larga logo grandes sorrisos e fazem da simpatia o seu cartão de visita.
- Isto são limões? - perguntei a apontar para o que aparentava ser uma bola de ténis amarela mas muiiiiito suja com carapaça de crocodilo...
- São. Nunca tinha visto os limões daqui? - perguntou-me a cliente simpática que estava ao meu lado.
- Estes não. Jà vi limões mas eram maiores e a casca era como uma laranja.
- Só estranha a primeira vez - disse ela com um grande sorriso e a olhar-me nos olhos. É coisa que muitos não fazem, possivelmente por falta de confiança e timidez... não nos olham nos olhos.
- 75mzn - disse a senhora da banca.
Boa, foi mais barato do que eu estava à espera mas agora não tenho trocado... dei a de 100mzn mas não houve problema. Agradeci a ambas e vim embora toda contente.
Já em casa dei as instruções à Sal do que deveria ser feito como me tinham mandado e voltei para o computador. Pouco depois fui com o T tomar café ao Jardim da D. Berta onde ficámos até o JG e a mãe nos virem buscar para almoçar. Ficámos mais tempo do que era suposto, está o almoço atrasado...
Depois de almoço os pais foram deixar-nos ao Bairro. A caminho vi o combóio da cidade! Sim, aqui também há e está sempre atulhado de miúdos a passear com os pais! E à frente vai sempre algum mascarado. E quando digo mascarado é mesmo sem se ver a cara... desta vez ia o Homem-Aranha!
O Bairro é uma cena muito porreira! Um cafezinho com uma sala semi ao ar livre com venda de artigos feitos à mão, característicos de cá. Artesanato, acessórios de gajas, roupa, acessórios de cozinha, mobiliário, pufs que adoorooo, bijuteria, candeeiros e coisas que nem sei distinguir... Mas é giro! Até de caricas se faz as coisas o que faz todo o sentido visto que o chão está preenchido com elas... quase que se pode comparar com a calçada tipicamente portuguesa... aqui é a caricada tipicamente moçambicana...
O Bairro é uma cena muito porreira! Um cafezinho com uma sala semi ao ar livre com venda de artigos feitos à mão, característicos de cá. Artesanato, acessórios de gajas, roupa, acessórios de cozinha, mobiliário, pufs que adoorooo, bijuteria, candeeiros e coisas que nem sei distinguir... Mas é giro! Até de caricas se faz as coisas o que faz todo o sentido visto que o chão está preenchido com elas... quase que se pode comparar com a calçada tipicamente portuguesa... aqui é a caricada tipicamente moçambicana...
Depois tem a esplanada cá fora com mesas feitas de paletes com pernas de ferro e cadeiras, também com pernas de ferro, tampos de madeira, com almofadas compactas forradas com as sacas do açúcar... muito giro e bem aproveitado!
Tem ainda um jardim com uma papaieira (não sei se é assim que se diz) que faz lembrar os coqueiros por serem muito altas mas vê-se que o fruto é bem diferente... e os pássaros também sabem...
Tem ainda um patamar com "toldo" de zinco que querem trocar porque na altura das chuvas não há gente nem música suficiente para se ouvir mais que o barulho da chuva nas placas de zinco... imagino! O chão é de cimento com alisamento... muito rústico mas muito nice!
Estava lá um DJ a montar o estaminé para uma festa de despedida de um português. A dona do espaço é a Ana e é portuguesa, como a maioria dos que já conheci. Local porreirinho para beber um copo de vez em quando. Ah sim, bebemos uma caipirinha cada um... estava a ver se me esquecia :D Tava caprichada mas ainda assim soube a pouco, ou então eu estava mesmo com muita sede... hum... E foi servida por um empregado moçambicano muito simpático que passava o tempo todo com um sorriso de orelha a orelha. Bem alto, magrinho, com umas calças cor-de-rosa, uns sapatos verdes e um avental que parecia um vestidinho. Parecia uma bonequinha! Adorei!
À saída comprámos amendoins a um rapazinho que estava a passar e a vendê-los. É assim o equivalente a ter a mão em conchinha... é o que enche essa conchinha! Vendem-se sem a casca dura mas com a casquinha de dentro, aquela pelezinha. O JG adora, eu não sou muito de amendoins e, por isso, não noto diferença dos daqui para os de Portugal. Mas yah... são bons... são "minuins"! Ou "pinérs" como diz o JJ (Jorge Jesus)!
Os pais vieram buscar a gente no Júnior e a seguir fomos todos ao Dhow beber mais um copo! Tou de grande! O Dhow é um dos espaços mais IN, mais chiques e mais frequentado por portugueses. É muuuuuuuuuuiito fixe! Pensámos que fossem dos mais caros mas não é tão mais caro que tantos outros e pra quem quer impressionar alguém é bué d'aconselhável! Acho que me estavam a querer impressionar... hihihi deixei-me logo comprar...
Se eu digo que estar aqui é como estar a acampar todos os dias (especialmente porque o chão na rua está sempre com terra, porque sentes pó no corpo o tempo todo, porque respiras esse pó e porque tens sempre bué ramelas para limpar e o nariz sujo... ya! É nesta altura que percebemos bem para que servem os filtros do nosso corpo...), ir ao Dhow é como ir a um mini-hotel numa ilha paradisíaca com canas, palhas e coisas típicas, com mobiliário à venda, artesanato de alta qualidade (e preço)... luzinhas a meia nau aqui e ali, árvores e arbustos por todo o lado, cada mesa e cadeira são diferentes... muito à frente! Por muitas palavras que descreva aqui, nenhuma delas faz jus ao que é o Dhow...
Vejam algumas das fotografias e a vista que se contempla por lá...
Em baixo conseguem ver que outra "mesa" é esse tronco com almofadas. E tirei essencialmente para verem essas plantas que estavam ao nosso lado e de onde via um barulho de vez em quando que me assustava cada vez que iniciava... achamos que era um sapo! Cá para mim era um saporro! Daqueles que se levasse um beijo se transformava em príncipe! Tinha cá um vozeirão!
A girafa que estava atrás de nós!
Vejam o que bebi aqui! Já não tinha álcool. Foi um chá gelado de gengibre cm mel e uma folhinha de mangericão. Muita docinho e saboroso!
Depois voltámos para casa, fizemos um bolinho maningue nice (tradução: bué da fixe) de ingredientes para bolo e ananás :D e jantámos. Amanhã será outro dia ;)
Beijões e Abrações!!!!
Coisas lindas, filha! Esse Dhow deve ser um espanto. Aproveita bem!
ReplyDeleteO que eu me ri a imaginar essa "bonequinha" de sapatos verdes...!!! :D
Beijo graaaaande, kida
Mum
Coisas lindas, filha! Esse Dhow deve ser um espanto. Aproveita bem!
ReplyDeleteO que eu me ri a imaginar essa "bonequinha" de sapatos verdes...!!! :D
Beijo graaaaande, kida
Mum